"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

terça-feira, junho 10, 2008

A Base da Cura Espiritual - 02


Joel S. Goldsmith


ENTENDIMENTO DA NATUREZA DE DEUS

Toda a nossa vida espiritual depende de nossa capacidade de compreender Deus e, a menos que compreendamos a onipresença e onipotência de Deus, não progrediremos nesta tarefa.

Através dos tempos, muitos nomes foram dados a Deus: Abraão conheceu Deus como Amigo. Nas antigas escrituras dos hindus, que remontam a milhares de anos e abrangem um pouco mais da primitiva literatura dada ao mundo sobre o assunto de Deus, este é mencionado como "Mãe" e às vezes como "Pai". O grande místico hindu moderno, Ramakrishna, conheceu Deus como a "Mãe Kali"; mas, freqüentemente, alguns termos como "Mestre", "Princípio", "Alma", "Luz", "Espírito", "Amor" e outros sinônimos bem-conhecidos de Deus também serão encontrados nas escrituras hindu. Entretanto, porque era da natureza dos hindus primitivos, assim como dos hebreus primitivos, personalizar, eles trouxeram Deus para mais perto de si da maneira que melhor entendiam -- como uma Mãe amorosa e, ocasionalmente, como um Pai.

No século XIX, as pessoas versadas em sânsccrito traduziram muitos dos grandes clássicos hindus para o alemão e o inglês, de modo que pela primeira vez o ocidente teve a oportunidade de familiarizar-se com a terminologia hindú. O resultado foi que muitos dos seus conceitos à respeito de Deus se infiltraram na literatura do século XIX. O Termo "Pai-Mãe", como sinônimo de Deus, obteve ampla aceitação por sua incorporação ao ensino da Ciência Cristã de Mary Baker Eddy. Com a utilização do termo na literatura da Ciência Cristã, ele mais tarde foi incorporado em muitos outros ensinamentos metafísicos. E, assim, Deus tem sido conhecido como Mãe, algumas vezes como Pai e, também, como Pai-Mãe. Nenhum desses termos procurou indicar um gênero, nem significar que Deus era masculino ou feminino. Em vez disso, esses termos carinhosos conotam as qualidades suaves, amorosas e protetoras de uma mãe, e as qualidades severas, legisladoras, de proteção, de apoio e de defesa de um pai.

Por isso, quando Deus vem à sua consciência individual, Ele chega de uma maneira tão suave que você pode ainda usar o termo "Pai" ou "Mãe". Cada vez mais, no entanto, as pessoas estão começando a pensar em Deus como Luz e Vida; e, quando Deus é compreendido na consciência individual como Vida ou como Luz, não há sentido de masculino ou feminino, apenas um sentido de Deus como a vida universal que permeia a forma que você tem -- a vida que permeia a forma da árvore, do animal, da flor... uma vida impessoal mas, mesmo assim, vida.

Deus é Espírito, e Espírito é a substância e a essência da qual todas as coisas são formadas -- tudo o que está na Terra e no Céu, no ar, e na água. A criação espiritual é formada dessa indestrutível e indivisível Substância, ou Espírito, denominado Deus.


A CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL REVELA A REALIDADE

Você pode, então, questionar: porque há coisas como árvores apodrecendo e vulcões entrando em erupção? Eles também são essência de Deus? Não; eles representam o nosso conceito daquilo que realmente está lá. No reino de Deus não há jamais uma árvore apodrecendo, nem existem forças destrutivas ou arrasadoras em ação. O místico alemão Jacob Boheme via a realidade através das árvores e da relva. Para todos os místicos é como se o mundo se abrisse e eles vissem o mundo como Deus o fez.

Deus é a substância e a realidade subjacentes a toda forma; mas o que vemos, ouvimos, degustamos, tocamos ou cheiramos é o produto da mente humana, do sentido mortal, material, finito. A soma total dos seres humanos no mundo, sob o que se chama lei material -- médica, teológica ou econômica -- estabeleceu esse sentido finito do universo que eles vêem, ouvem, degustam, tocam ou cheiram.

Nada é aquilo que parece ser. Todos nós poderíamos olhar para o mesmo objeto e cada um de nós poderia vê-lo diferentemente. Por que? Porque cada um de nós o interpreta à luz da educação, do ambiente e dos antecedentes de nossa experiência individual. Compreender que aquilo que vemos representa apenas o nosso conceito do que na realidade existe é importante, porque sobre este ponto criamos ou perdemos nossa consciência curativa. Deus criou tudo o que foi criado e tudo o que Ele criou é bom. Por isso, todo este mundo, quer visto como seres humanos, ou como animais e plantas, é Deus manifesto. Mas quando o vemos, não o vemos como é: vemos somente nosso conceito finito dele.

Isto é muito importante porque é nessa premissa que se baseia toda cura espiritual, e a falta de recohecimento deste ponto responde por noventa e cinco por cento das falhas na cura espiritual. Muitos metafísicos estão procurando curar o corpo físico, e este não pode ser curado porque nada existe que um metafísico possa fazer a um corpo físico; mas quando ele muda seu conceito de corpo, este passa a corresponder àquele conceito mais elevado. Então o paciente diz: "Fui curado!". Ele não foi curado: ele era perfeito no começo. O que estava errado não se achava no corpo, mas em seu falso conceito de si mesmo e de seu corpo.

Se você compreender esta idéia, isto poderá poupá-lo de cometer o engano fatal na tentativa de curar alguém ou o corpo de alguém. Quando vejo o seu corpo através do sentido espiritual, considero você como Deus o fez, e você declarará que foi curado. A criação de Deus está intacta; está perfeita e harmoniosa, e essa criação perfeita e harmoniosa está bem aqui e agora. Porém, isso não pode ser visto com os olhos do corpo. Somente pode ser discernido através da visão espiritual, do sentido espiritual -- através da consciência espiritual, ou do que é chamado de consciência de Cristo.

Não tente reformar o mundo exterior. Quando você encontra roubalheira, embriaguez, ou qualquer outra forma de degradação, não olhe para essas coisas, mas através delas. Feche os olhos, ou então vire-se de costas. Olhe através do indivíduo, considerando com o seu sentido espiritual a realidade do ser dele, e você proporcionará o que o mundo chama de cura. Com o seu sentido espiritual interior, dado por Deus, olhe dentro do coração de cada homem e veja o Cristo, e lá você encontrará a mais maravilhosa força curativa que existe no mundo. Depois, deixe que o seu sentimento o guie. Procure obter o sentimento ou a sensação do Cristo presente bem no centro de cada ser, e quando você alcançar esse Cristo terá uma cura instantânea.

Para conseguir uma cura de pecado ou moléstia não se preocupe com o ser ou com o corpo humano. Recolha-se no silêncio interior: sinta a presença de Deus, o sentimento divino/interior, e então você não será tentado a pensar em pessoa alguma. Não é necessário pensar no nome da pessoa que recorreu a você em busca de auxílio, nem em sua forma nem em sua moléstia. A Inteligência onisciente sabe e, por isso, quando você percebe um sentimento de Alma que a empolga, terá testemunhado uma cura.


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