"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quinta-feira, agosto 21, 2008

O Verbo feito carne (fim)

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Joel S. Goldsmith



NÃO SE ORGULHE COM A APARÊNCIA

Assim que tiver consciência do Espírito, você poderá fazer qualquer coisa que precise fazer, porque você não a estará fazendo; será o espírito da Verdade da qual você se tornou ciente. Ele tomará forma. Mas, quando isso ocorre, não se orgulhe dessa aparência. Tenha muito cuidado para não se sentir satisfeito com abundância de suprimento, saúde física ou felicidade diária. Não fique satisfeito com qualquer coisa no reino da carne, dos bens materiais ou da forma. Não quero dizer que você não deva apreciar as coisas. Quero dizer que você não deve ficar satisfeito com elas.

Quando você se sentir satisfeito com suprimento, nunca se alegre com isso, como se fosse a manifestação. O que foi manifestado foi o Espírito, não o suprimento. Alegre-se com o Espírito invisível que está gerando esse suprimento. Quando uma pessoa lhe diz: “estou me sentindo melhor”, observe para que você não se sinta muito feliz com isso porque, se você estiver observando as aparências, lembre-se de que elas podem mudar amanhã. Olhe o que está por trás do indivíduo e sinta-se agradecido de que a percepção consciente do Espírito realizou-se, porque essa é a razão pela qual a pessoa agora está bem, empregada, alegre ou coisa que o valha.

Observe para que você não se orgulhe da carne, na forma da manifestação, mas se orgulha com o outro sentido da carne: o Verbo feito carne. Essa carne é a carne invisível. Repetidas vezes os metafísicos perdem suas completas manifestações de harmonia porque no momento em que seu salário dobra, pensam que realizaram uma manifestação. Eles realizaram, mas a manifestação não foi o salário dobrado; a manifestação foi a presença do Espírito que apareceu como salário dobrado.

Os hebreus que estiveram com o Mestre, pensavam ter realizado uma manifestação quando os pães e os peixes foram multiplicados. Não realizaram uma manifestação absolutamente. No dia seguinte eles estavam com fome novamente. Mas o Mestre realizara uma manifestação da consciência da presença de Deus e, assim, podia multiplicar pães e peixes a todo e qualquer dia da semana. Podia sair e descobrir ouro na boca dos peixes. Ele não estava tentando multiplicar pães e peixes; tudo o que estava fazendo era elevar seus olhos na compreensão de que o Espírito de Deus era sua manifestação. Permanecer em plena consciência da Presença foi sua manifestação e quando ele realizou essa manifestação, o cadáver tinha que se levantar, os pães e os peixes tinham que ser multiplicados e o ouro tinha que estar na boca dos peixes, porque Deus é a substancia de toda a forma.

Não se orgulhe em curar. Nunca afirme uma cura a não ser para ilustrar o princípio ou a idéia espiritual que a realizou. É relativamente sem importância se você tem saúde ou riqueza hoje. O que é importante é se você obtém a convicção espiritual que lhe dará saúde e riquezas eternas. Não se orgulhe de qualquer tipo de manifestação, mas jacte-se e alegre-se de que viu a face de Deus, de que testemunhou a presença do Espírito, que por sua vez se tornou evidente como a cura ou o suprimento.


USANDO UM NOVO CONCEITO DE CORPO

“Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu (...) Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados: não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida” (II Coríntios 5: 1, 2, 4).

Nossa tarefa não é livrarmo-nos negando ou ignorando, do corpo. Nossa tarefa é sermos revestidos com outra consciência do corpo, esse corpo que é “não feito pelas mãos, eterno, nos céus”. Este corpo verdadeiro é aquele corpo. É eterno nos céus, imortal. Mas não podemos ver este corpo. Nós todos recebemos conceitos diferentes de todo corpo que vemos, se estamos apenas julgando pelas aparências, baseados em nossas experiências.

Este corpo, que é invisível, que é eterno e imortal estará conosco para todo o sempre. Este corpo, como eu o vejo, mudará de dia para dia, porque, quanto mais elevado meu conceito de Deus ou do Espírito, tanto melhor em aparência e em sentimentos meu corpo fica. O conceito muda, mas o próprio corpo é imortal; portanto, não nos livramos do corpo mesmo na morte. Nós nos livramos de nossos conceitos de corpo. Mais cedo ou mais tarde, portanto, desenvolveremos a consciência de que nosso conceito de corpo mudará enquanto estivermos na terra.


O CONHECIMENTO DAS PESSOAS PELA ESPIRITUALIDADE

“Assim que daqui por diante a ninguém conheceremos segundo a carne, e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora já não o conhecemos mais deste modo” (II Coríntios: 5:16).

Antes você me conhecia na carne como um homem. Daqui em diante, você não vai mais me conhecer daquele modo, mas vai me conhecer como um mestre espiritual e não juiz da carne. Antes eu conhecia vocês como seres humanos e alunos, mas daqui por diante não devo conhecê-los jamais deste modo, porém apenas como o Cristo, como Espírito, como fruto de Deus. Antes você conhecia seus amigos e seus parentes, seus pacientes e seus alunos como seres humanos; alguns bons e outros maus. Daqui em diante, você não deve conhecê-los nem como bons nem como maus, mas como seres espirituais. É um erro tentar avaliar uma pessoa como rica, e também avaliá-la como pobre. Você não deve avaliar qualquer pessoa segundo a carne, quer seja boa ou má. Daqui em diante, você deve avaliar uma pessoa apenas como o Cristo.

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Coríntios 5:17). No momento em que você deixar de considerar-se a si mesmo e aos outros como condenados a ser bons ou maus, doentes ou sãos e avaliá-los apenas segundo o Espírito, as coisas velhas passarão. Velhos hábitos, velhas formas da carne, velhos apetites carnais, cobiça, luxúria, ambição, desejo de saúde, riqueza e fama – todas essas coisas passarão e se renovarão.

É nesse ponto que a mensagem do Caminho Infinito se mantém firme. Não devemos considerar uma pessoa como carne ou como ser humano. Não devemos glorificá-la como homem, bom ou mau, mas é melhor agora conhecê-lo não segundo a carne, mas segundo o Espírito. Portanto, se alguém estiver em Cristo, se alguém estiver consciente de sua qualidade messiânica, todas as coisas velhas desaparecerão. Mesmo os velhos conceitos sairão de sua vida. Ele pode ficar triste ao ver alguns deles desaparecerem porque gostava deles, mas eles não permanecerão porque deixarão de fazer parte de sua experiência.

Uma vez que estejamos fundados no Cristo, toda a nossa família, todas as nossas relações pessoais e toda a nossa esfera de ação mudam. Podemos até nos mudar para um outro estado ou sair do país de uma vez, porque todas as coisas se renovaram neste estado elevado de consciência, no qual “nós vivemos, nos movemos e existimos”. Achamos que não há limitações; não estamos confinados a um apartamento ou a uma casa; não estamos ligados a uma família. Nós as temos, mas chegamos e partimos e nos sentimos livres.

Quando a consciência muda e quando a substância do Espírito é revelada na consciência, não necessariamente revelada na sua totalidade, mas mesmo quando revelada em parte, o Templo Sagrado, o corpo verdadeiro, surge em nossa consciência. Outros (que estão de fora e não compreendem a consciência espiritual) ainda podem vê-lo como esta forma, mas saberemos que não é isso. Este corpo é o templo do Deus vivo. Se nós subirmos numa balança, ela pode ainda mostrar um certo número de quilos; mas não teremos sensação alguma de peso, do estado sólido, do corpo.


DESEJAR SOMENTE A DEUS

Hoje, com todos os conflitos, guerras e tumultos, parece que o mundo está inclinado a destruir-se. Nessa desordem, as pessoas, por si mesmas, não têm força, inteligência ou amor. "Porque o homem não prevalecerá pela força" (I Samuel 2:9). Esta detruição ou crucificação, que ocorre e toda parte do mundo, é na realidade a crucificação da crença em poder pessoal, vontade pessoal e sentido de uma identidade isolada e separada da Unidade. É tudo isso que está sendo crucificado. Qualquer um que se agarre à crença de que tem uma vida pessoal pra salvar ou perder, fortuna pessoal para proteger ou uma vontade ou autoridade pessoal pode ser crucificado, porque essas crenças devem ser extirpadas para que a glória de Deus encha a terra e para que o homem se mostre na plenitude da condição de Cristo.

"O que posso desejar além de Ti? Se eu tivesse toda a terra e Ti, eu não teria mais do que se eu só tivesse a Ti. Mas se eu tivesse toda a terra e não tivesse a Ti, então eu teria nada além de um vazio ainda à espera de ser preenchido. Compreendo claramente a inutilidade da cobiça, do desejo e da esperança, porque no silêncio eu sei que Tu estás comigo. Tu és a luz do meu ser."

Nunca posso sentir a presença de Deus até que eu esteja em silêncio. Mas depois de ter alcançado a tranqüilidade e o silêncio, posso pô-la em prática no mundo por algumas horas, quando novamente eu devo recolher-me para renovação da confiança. Não é que Deus não seja onipresente, mas no tumulto e atividade da mente humana, eu estou apto a desenvolver um sentimento de separação, um sentimento de estar à parte. Assim volto para este silêncio por um momento, para renovar a confiança e sentir aquela Presença divina.

2 comentários:

Anônimo disse...

Guguzito :)

Ainda acho muito complexo esse desapego todo.
Assim, eu entendo que não devemos nos fiar pela aparância, não dar valor à forma das coisas físicas.
Mas não entendo, por exemplo, a parte do texto que diz que se alguém fala que está melhor, não devemos nos contentar...não?Como assim?

beijinho!

Anônimo disse...

Então, Crizita...

É assim: O que Goldsmith quer dizer é que o fato de uma "pessoa triste tornar-se feliz" também enquadra-se no campo das aparências. Como você disse, "não devemos nos fiar pela aparência ou pela forma", e o estado de melhora que apareceu no lugar do estado de infelicidade/doença também constitui o surgimento de uma forma. É apenas uma nova forma: a forma ruim se foi e a nova forma (a melhora apareceu).

O que Goldsmith quer dizer é que não devemos reagir às aparências existentes no mundo. Através de uma experiência aprofundada tida com Deus, a pessoa sabe que, naquele nível de consciência, tudo o que existe é a substância chamada 'Espírito', o próprio Espírito de Deus. Goldsmith está num estado elevado de consciência que permite a ele saber/compreender que somente Deus é ocorrência; nada além d'Ele existe. É é de lá, desse estado de consciência, que Goldsmith está falando para nós. Não é uma coisa que qualquer pessoa possa entender, e não é uma percepção que qualquer um consiga atingir. Qualquer pessoa pode atingí-lo, mas para isso é necessário buscá-lo, desenvolvê-lo dentro de si.

Então, é disso que ele está falando: Quando ocorre uma melhora e alguém fica bom, devemos ficar atentos/conscientes para que nossa alegria não seja em razão da melhora (que nada mais é que é forma); ao invés disso, devemos tentar compreender que, se alguém obteve uma cura, isso foi consequência da manifestação do Espírito. Nenhuma melhora aconteceu, o que ocorreu realmente foi que a presença do Espírito se manifestou.

É uma diferençazinha bem sutil, talvez metafísica. Eu prefiro chamar de 'percepção espiritual'.

Ele não diz que não devemos desejar e nos alegar com o estado de melhora. Podemos nos alegrar e ficar felizes pelas pessoas que se curaram. Mas, para quem busca desenvolver dentro de si a visão/percepção espiritual, é necessário buscar sempre contemplar o Espírito de Deus em todas as pessoas, lugares e situações.

Ok?

Bjão p/ você.

Obrigado pelos seus comentários, sempre bem-vindos e queridos. =)