"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

segunda-feira, maio 16, 2011

O segredo do princípio de curar

Joel S. Goldsmith


A cura espiritual está baseada na compreensão do principio espiritual da vida. Este princípio afirma que Deus mantém e sustém o Universo, incluindo cada indivíduo que nele vive, em absoluta integridade.

Contrário a este ensinamento, está o mundo das aparências, o mundo dos sonhos, um mundo mesmérico que não tem lei para sustentá-lo, nenhuma substância que o suporte, nem continuidade, exceto a que nós, em nossa ignorância, lhe damos.

Uma vez que esta verdade é percebida, você terá um princípio que prevalecerá, não importando a natureza dos problemas que lhe sejam apresentados. Isto não significa que você curará qualquer pessoa ou qualquer condição, não porque o princípio seja inadequado para qualquer situação, mas porque nem todas as pessoas envolvidas com ele, estão preparadas para viver este princípio, ou viver por este princípio; elas não estão prontas para abandonar aquelas coisas que interferem com a demonstração deste princípio. Em outras palavras: Jesus, ele próprio, não tentou levar o moço rico para o céu. Não por causa da riqueza do homem por si só, mas porque a fé, a confiança e a esperança deste homem, estavam na sua riqueza; todas as suas expectativas e esperanças de vida estavam baseadas no montante de suas posses, e tal homem não poderia ser elevado à consciência espiritual.

Assim, existem pessoas que procuram a cura, mas apenas para curar suas dores e discórdias mundanas, não buscando uma cura espiritual verdadeira que transformaria suas vidas. Entretanto, este princípio é tão absoluto que, dada uma boa oportunidade a alguém que seja bastante receptivo ao modo de vida espiritual, a harmonia se manifestará na experiência desta pessoa e ela se iluminará espiritualmente.


A Estrutura deste Mundo

O princípio que é o segredo de todas as curas é a compreensão da natureza do erro. O erro nunca é uma pessoa, uma condição ou uma coisa. Portanto, nunca leve até o seu pensamento - e nem queira tratar em pensamento - uma pessoa, condição ou coisa. Na verdade, o erro sempre aparece como uma pessoa ou condição e é isso que confunde os trabalhadores espirituais do mundo. Com cada aparência de erro, se instala no indivíduo uma rebelião, uma resistência ou uma batalha contra alguma pessoa, lugar, circunstância ou condição, e assim a luta está perdida. Ninguém na terra, nem grupo algum de pessoas é seu inimigo; nenhum pecado ou doença é seu opositor ou antagonista. Quanto mais você lutar contra uma pessoa, uma doença, um pecado ou uma condição, tanto mais você estará enredado naquilo que chamamos de "este mundo".

Talvez você acredite que haja alguma pessoa ou algum grupo de pessoas que se interpõe entre você e sua harmonia. Para trazer a cura, você os trata ou trata por eles, ou trata aquele "algo a fazer" a respeito deles. Em outras palavras, você está em antagonismo, em resistência ou em rebelião contra eles. Seus esforços se dirigem a eles para removê-los ou para trazê-los à harmonia; e ao agir assim, você perde a sua demonstração. Pode ser que não seja uma pessoa, mas uma doença que se interponha entre você e sua harmonia, e novamente você se encontrará engajado numa batalha contra ela e assim "cavando a sua própria cova".

Pessoas, coisas ou condições nunca são a fonte de nossas discórdias. Sejamos muito claros neste importante ponto. Há uma força universal, uma crença universal e um hipnotismo universal, que é a fonte de todas as discórdias que se manifestam em nossas experiências. Toda limitação, todo pecado, toda tentação e toda doença que chegam até nós, são nada mais que o efeito de uma força ou magnetismo universal, o qual, lembre-se que, por si só não tem poder; somente tem poder pela aceitação da mente humana a ele. Se o erro fosse poder, não poderíamos dissipá-lo. No entanto, ele não é poder, exceto, para o sentido do mundo. A crença universal é o único poder que temos que considerar ao depararmos com o pecado, a doença, a morte, a carência ou a limitação, mas esta não é poder.

Para ilustrar, tomemos o caso de uma pessoa que está morrendo. Agora, entenda isto: ninguém morre. Se você for chamado alguma vez para auxiliar alguma pessoa que parece estar se aproximando da morte, trate da velha crença universal de uma vida separada de Deus, uma vida que teve um começo e consequentemente deve ter um fim. Não tente salvar esta vida, porque não conseguirá; mas trate do mesmerismo universal da morte, o hipnotismo universal que diz que todo aquele que nasceu, tem que morrer. É este mesmo hipnotismo que diz que nascemos, que fomos criados da matéria, que nascemos de um homem e uma mulher. A crença que você é um pai ou uma mãe, ou que nasceu de um pai e uma mãe, não é uma crença sustentada só por você individualmente. Não é uma crença pessoal -- é uma crença universal que existe desde o princípio dos tempos. É a crença universal no nascimento que resulta na crença universal na morte. Mas não estamos tratando com o nascimento ou com a morte, senão com a crença universal, o hipnotismo universal que faz com que as pessoas pareçam morrer, ou que tenham que morrer só porque nasceram algum tempo atrás.

Suponhamos que agora mesmo você esteja sonhando que está nadando em direção ao horizonte. Ao olhar em volta, você percebe que foi muito longe e que não tem condições de voltar atrás. Aí é que começa a luta. Você se deixa tomar pelo pânico ao se ver sozinho a lutar longe na água; mas, é real esta luta? Existe água? Existe um "você"? Qual é o tecido ou a substância da pessoa que você está vendo na água? Qual é o tecido ou a substância da luta? Tudo é o seu sonho e apenas o seu sonho. O sonho é a substância, o tecido; e você, a água e a luta são os objetos formados pelo seu sonho.

Se você tomasse um pedaço de couro e num canto formasse um homem, à esquerda um piano e em cima o céu, ainda assim você não teria nem um homem, nem um piano, nem o céu -- o que você teria mesmo seria couro. Mas se você destruísse este couro, destruiria o homem, o piano e o céu. Com a destruição do couro, o homem, o piano e o céu desapareceriam também. Da mesma forma, com a destruição do seu sonho, com a detruição da falsa crença de você na água, a água e a luta desapareceriam. Agora, se no seu sonho de luta de vida e morte na água, se, ao invés de gritar pedindo para ser salvo, alguém o acordasse do sonho, automaticamente seguiria-se a dissolução de "você" na água, da água e da luta.

A matéria prima de todas as discórdias de nossa experiência humana é um hipnotismo universal, uma crença universal. É a matéria prima ou substância de todo sentido de limitação que possa vir a sua experiência; seja limitação nas finanças, na saúde, na família, nos negócios, nas relações sociais ou qualquer outra aparência de discórdia. A causa de toda desarmonia, portanto, é um hipnotismo universal, a crença universal num universo separado de Deus.

Quando Jesus disse: "Eu venci o mundo", ele não queria dizer que tinha vencido todas as pessoas do mundo ou todos os males das pessoas do mundo. Seu ministério não durou tanto para que pudesse conseguir tal feito. Mas sim que ele superou o mundo, e de uma vez só: Pela compreensão e realização de que o único mundo que necessitava ser superado era composto por esta ilusão mesmérica. Então, todas as pessoas, todas as circunstâncias e todas as condições de limitação lhe desapareceram.


A ignorância universal mantém o mundo na escravidão

Lembremo-nos primeiramente que a ignorância que separa as pessoas de uma realização da verdade não é pessoal, nem para você nem para mim, nem para ninguém; é uma ignorância universal, um sentido universal de hipnotismo que não tem -- jamais tem! -- presença, nem poder. Há uma ignorância universal, que domina a mente de praticamente todos os indivíduos na terra, fazendo-os antagônicos à verdade. Por que? Porque a verdade recebida conscientemente varre da mente tudo o que a humanidade aprendeu a amar... a pompa e a glória do egoísmo pessoal, o poder pessoal, a força pessoal, a sabedoria pessoal, a glória pessoal, a realização pessoal. A mente humana está numa rebelião contra tudo que possa destruir isto. Ela se ressente ao ouvir: "Por que me chamas de bom? Há apenas um bom... O Pai no céu". A mente humana se dedica à auto-glorificação: "Veja a minha força; veja a minha sabedoria; veja a minha beleza; veja o meu poder; veja a minha saúde; veja a minha riqueza; elas são minhas; eu fiz tudo isto".

A ignorância universal que separa as pessoas da apreensão, da compreensão e da demonstração da mensagem do Caminho Infinito, não é uma limitação pessoal; não tem nada a ver com a educação ou com a falta de educação de uma pesssoa, nem com seu aprendizado religioso ou com a sua falta de aprendizado religioso: tem a ver apenas com a ignorância universal, com o mesmerismo universal o qual é para sempre, sem presença e sem poder. Você o segue? Você está sempre tratando com este mesmerismo ou hipnotismo universal, que é a matéria da qual é formado este mundo? Lembre-se: você não está tratando das figuras que esta matéria lhe apresenta, senão com a própria matéria ou hipnotismo em si mesmo. A realização deste fato é a sua graça salvadora. Em outras palavras, nunca temos um moribundo a salvar ou um enfermo para curar. Nós temos um estado universal de hipnotismo aparecendo como doença, pecado, alguém moribundo ou morto. Nunca temos uma pessoa má. No momento que realizamos isto, a pessoa má desaparece e podemos contemplá-la como ela realmente é.

Ressentir-se contra uma pessoa ou uma condição é enredar-se com elas, é deixar-se prender numa armadilha. Só há uma maneira de escaparmos da ilusão dos sentidos; só há uma maneira de escapar de qualquer forma maligna do mundo -- de pessoas malignas, pensamentos malignos, planos malignos -- e esta é parando de lutar contra eles e realizando que atrás deles está o tecido de sonhos do qual são constituídas, e que este tecido de sonhos é ilusório e sem princípio creativo algum, já que Deus não o creou. Portanto, não há existência ou lei que o sustente; nenhuma substncia, nenhuma continuidade. Esta comprensão o destrói. Não há uma ilustração mais clara para isto que a de uma pessoa que morre, porque é extrema. Não temos nenhum moribundo a ser salvo; temos somente um sentido ilusório de morte. Quando tratamos a morte a partir deste ponto de vista, o moribundo se levanta e diz: "Aqui estou, totalmente novo, forte e bom". Você, assim, nada fez à pessoa que morria; porque, para começar, o moribundo não existia. O que você fez foi destruir a estrutura de aparências, o tecido do qual estavam aparecendo. Não há outra maneira de superar "este mundo".

Esta visão, este desdobramento, veio-me quando estava lendo a vida de Buda Gautama, que se tornou mais tarde o Buda. Certo dia, viu ele um homem doente, um cadáver e um mendigo e horrorizou-se de que tais coisas pudessem existir. Na vida que seu pai lhe proporcionava, tais coisas nunca eram-lhe mostradas e, portanto, ele nunca tinha testemunhado nenhuma destas tragédias da existência humana. Ele perguntou ao seu conselheiro: São estes os únicos casos no mundo? Quando ele soube que eventualmente todos nos encaminhamos ao mesmo fim -- a morte -- ficou chocado. Era impensável para ele que, no belo universo que conhecia, pudesse a doença, a morte e a pobreza manchar sua harmonia. E foi esta pergunta, que ele fez a sua própria mente, que lhe deu a pista sobre todo o problema: "Devo encontrar um modo de remover o pecado, a doença e a morte do mundo". E isso foi tudo. Ele nunca pensou em sair e curar, reformar ou enriquecer as pessoas. O seu único pensamento foi "como erradicar o pecado, as doenças e a morte do mundo."

A mensagem do Caminho Infinito é uma revelação de como erradicar o pecado, a doença e a morte do mundo, de como erradicar a ignorância que separa a humanidade da verdade. No Caminho Infinito, as pessoas são apenas incidentais ao nosso ministério. O verdadeiro ministério em si, é a remoção do pecado, medo, morte e limitação do mundo; e isto é para ser cumprido -- não conseguindo o dinheiro para fazer a todos milionários, não tendo um maior número de guerras no mundo para matar uma suficiente quantidade de pessoas, de modo que haja menos para alimentar, senão removendo completamente o hipnotismo da limitação, ignorância, pecado, medo, doença e morte.

Você já me ouviu declarar que quando sou solicitado para uma cura, nunca tomo em consideração, em minha consciência, a pessoa ou a sua condição. E a razão é esta: a pessoa ou a sua condição é um engodo, o laço da armadilha para prender o praticante. Se você quer ajudar a alguém, pare de pensar na pessoa ou em sua condição e entenda que elas são apenas um retrato, uma imagem ou uma aparência do tecido da crença universal, deste sonho universal chamado sonho mortal, chamado de ilusão universal, chamado por muitos outros nomes. Não faz diferença o nome pelo qual você o chame, desde que você compreenda que este é um sentido universal que, em si e por si, não tem nenhuma lei que o sustente, nenhuma causa, nenhum efeito e nenhuma pessoa através da qual operar.


Este mundo

Nunca solucionaremos os nossos problemas individuais, nem os nacionais ou internacionais, tentando mudar as pessoas, curá-las, reformá-las, ou enriquecê-las. Só conseguiremos trazer harmonia ao nosso mundo individual se pudermos ver cada coisa, pessoa ou situação discordante, como um filme produzido por esta substância ilusória chamada de sonho da existência humana, ilusão universal, hipnotismo universal, crença universal, ou se você preferir, o nada universal, que aparece como pessoas e condições. Nunca tente salvar um moribundo. Nunca tente enriquecer um pobre, nunca tente curar um doente. Lembre-se que está lidando, não com uma pessoa, não com uma condição, não com uma coisa, mas com uma sugestão hipnótica, com uma influência hipnótica, com um quadro hipnótico, que não tem existência fora da mente humana, da crença humana, da aparência humana. Nesta realização, você destrói todo o tecido do qual o erro é constituído.

Cada condição limitante -- seja nas finanças, saúde, moral, ou condições de vida -- não é outra coisa senão a expressão de um hipnotismo universal, de uma ilusão universal, de uma crença numa existência separada de Deus, ou seja, da crença de uma causa separada de Deus, de uma substância separada de Deus, de uma sabedoria separada de Deus. Toda esta série de crenças constitui uma influência mesmérica que nos faz ver pessoas, lugares, coisas e condições limitadas. Você pode quebrar este sonho Adâmico nas partes que o compõem e encontrará que este sonho Adâmico é feito da crença do bem o do mal, da crença da vida sem Deus, da lei sem Deus, de uma substância, causa ou atividade sem Deus.

Sempre que for chamado para ajudar na solução de um problema, verifique que quase sempre haverá uma pessoa envolvida nele; mas, já que Deus é o único principio creativo, o filho de Deus não pode se envolver com problema algum; o problema será apenas a crença de uma existência sem Deus. Perceba que cada problema que lhe é apresentado sempre vem como uma condição. É uma condição de Deus? Não, pois se fosse uma condição de Deus, não apresentaria problema, em absoluto. O mero fato de se apresentar como uma condição, já revela que é uma aparência que não tem existência real, pois na verdade não existe pessoa nem condição sem Deus. Toda e qualquer aparência contrária deve ser parte do que se chama "sonho de Adão", ou sonho mortal, ou sentido mortal da existência, que Jesus chamou de "este mundo".

Deveríamos achar muito fácil solucionar todos os casos que se nos apresentam em busca de ajuda, simplesmente dizendo,"este mundo", e desfazê-los com um sorriso, sabendo que eles são apenas condições "deste mundo", do mundo ilusório, não do mundo real, não do mundo de Deus. É como se saíssemos à rua e víssemos as crianças brincando um jogo que consiste em desenhar um círculo de giz no chão, e aprisionar uma criança dentro dele. Esta criança dentro do círculo não pode sair dali, até que alguma coisa seja feita para resgatá-la.

Entretanto, você, ao invés de tentar tirar a criança do círculo, sorri, olha para ela e diz: "Oh!, Mas aquilo é apenas o mundo das crianças.....!!", e vai se embora, sabendo que, na realidade, a criança não está presa. Se você se acostumasse à ideia de que tudo que aparece limitado por qualquer sentido, seja uma pessoa ou uma condição, é parte "deste mundo" -- ou seja, o mundo de sonho, o mundo de Adão, o mundo irreal, e fosse embora sem ligar para ele -- descobriria, logo, quão depressa a ilusão desapareceria para seu paciente, seu amigo ou seu parente.

Testemunhamos algumas condições externas ou pessoas más, porém se existe um Deus em tudo, não pode haver tal coisa como uma pessoa, lugar ou coisa má. A dificuldade é que, primeiro vemos a aparência e logo procuramos fazer alguma coisa a respeito da aparência, e assim fazendo, ficamos enredados, nos envolvemos e caímos na armadilha. Se, no entanto, víssemos a aparência, quer ela se mostre como uma pessoa, um lugar ou uma condição, e instantaneamente lembrássemos que o fundamento disto é um sonho, o sentido ilusório de um universo separado de Deus, ou "este mundo", e passássemos ao largo dizendo: "Oh! É apenas 'este mundo'", acabaríamos logo com o sonho. Acordamos do sonho da limitação, no momento em que, por nós mesmos, nos tomamos desipnotizados.

Tenho dito que este é o ano em que nossos estudantes devem ser mais diligentes em acabar com o sentido mesmérico que os ata às crenças humanas, e isso só se consegue apreendendo o princípio de que, em realidade, não há nem bem, nem mal. Ao aceitar tanto o bem como o mal, perpetuamos o sonho. Nos seus estudos metafísicos anteriores, você já aprendeu que todo erro é uma ilusão. Mas no Caminho Infinito, você deve ir um passo além e compreender que o sentido finito do bem também é tão ilusório quanto o erro. Você chega a esta consciência através da realização diária que não há nem bem nem mal na forma, mas que o Espírito é a realidade subjacente a tudo. Tente compreender que é a crença do bem e do mal que perpetua o sonho e mantém você fora do Jardim do Éden.

Um praticista é uma pessoa que em certa medida é desipnotizada, que num certo grau, não teme as aparências e não cessa de anulá-las. Fora, no mundo, há pecado, doenças e morte. Uma pessoa que não seja praticista olha e diz: "Oh!, que terrível!". Se, no entanto, o praticista tenha alcançado realmente um estado de consciência de praticista, olhará e dirá: "Tch..Tch... este mundo... hipnotismo, nada", e continua a viver. Só existe uma coisa impedindo a harmonia em nossa experiência pessoal, e esta é um sentido universal de uma vida ou uma seidade separada de Deus, ou de uma lei à parte de Deus. E existe somente uma maneira de romper este sentido de limitação, e este é retirar-se da batalha do mundo, retirar-se da batalha e da oposição a pessoas ou condições.


Vivendo a vida cristã

Viver uma vida cristã significa aceitar os ensinamentos do Mestre: "ama o teu próximo como a ti mesmo, mas acima de tudo, ama a Deus com todo o teu coração, com toda a tua mente, com toda a tua alma". Estes mandamentos não são mais que banalidades insossas, até que comecemos a selecioná-las em nossa própria mente e cheguemos a uma compreensão delas. Como podemos amar o Senhor nosso Deus com todo nosso coração, toda nossa alma e toda nossa mente? O que significa isto? Cada um de nós pode ter uma explicação e uma experiência diferentes, mas para mim, amar o Senhor nosso Deus com todo o meu coração significa não amar indevidamente, e nunca odiar ou temer aquilo que está no âmbito dos reinos físico ou mental. Para mim, é depositar toda a fé no Infinito Invisível como a realidade da vida que se manifesta externamente como efeito. Chegar a uma realização do profundo significado desta verdade requer muito estudo. Ao não amarmos, odiarmos ou temermos o que nos aparecem nos reinos físico ou mental, rompemos com o sonho mesmérico de uma seidade ou um universo à parte de Deus.

Amar nosso próximo como a nós mesmos é reconhecer que Deus é o Eu sou de todos os seres reais. Que Deus é o Eu sou de todos os indivíduos na face da terra, ainda que apareçam como humanidade doente, pecadora ou moribunda. Deus é o Eu sou; Deus é a vida; Deus é a inteligência; Deus é a lei de todas as pessoas, mesmo quando no sonho mesmérico pareçam ser doentes, pecadoras ou estúpidas. Amar o nosso próximo como a nós mesmos, significa realmente reconhecer que Deus é o verdadeiro ser de tudo que é manifesto, não importando a aparência mesmérica que está nos confrontando.

Quando seguimos estes dois mandamentos literalmente, logo vemos que toda a aparência que interpretamos como sendo humanidade doente, estúpida, moribunda ou ignorante, é creada pelo "sonho do mundo", aquilo que o Mestre chamou de "este mundo". Quando isto se torna claro para nós, não mais amaremos, odiaremos ou temeremos tais aparências. Não amaremos as pessoas deste mundo mais do que as odiaremos ou temeremos, porém amaremos aquilo que constitui as pessoas: Deus, o Cristo, o Espírito e a Alma de todo ser individual na terra. Esta é a única maneira pela qual realmente se pode amar "este mundo" -- porque você verá logo, que é impossível amar as aparências que este mundo nos apresenta. Consequentemente, se você olhar através destas aparências, para aquilo que elas realmente são, rumo ao que realmente lhes constitui o ser, chegará a um pleno estado de amor capaz de ajudar o teu ajudar o teu próximo, quer seja ele um homem, uma mulher ou criança, ou ainda um animal ou inseto. A sua conscientizacao concretiza essa verdade. Uma vez que você tenha percebido que existe uma Alma invisível, que é o ser real de todos, então você estará apto a olhar através das aparências, a olhar diretamente através dos olhos, para a verdadeira Alma que mora por trás da aparência humana, e assim alcançar o verdadeiro estado de amor por todos os seres.


"Ame seu semelhante através de uma atividade espiritual. Veja o amor como a substância que existe em tudo, não importando a forma com que se apresente. Ao nos elevarmos acima da nossa humanidade para uma dimensão superior de vida, na qual compreendemos que nosso próximo é um ser puramente espiritual, governado por Deus, nem bom, nem mau, estaremos amando realmente." (Joel Goldsmith - Praticando a Presença, 1956 )


Ao se treinar, olhando através dos olhos das pessoas e dos animais que se aproximam de você, automaticamente você atingirá o nível de consciência onde não mais estará amando, odiando ou temendo o mundo aparente, ou aquilo que Jesus chamou de "este mundo". Na proporção em que se aperfeiçoa nisto, poderá dizer com certeza: "Eu tenho superado este mundo. Não mais o amo, odeio ou temo; não mais tento me ver livre dele; não mais me debato ou luto contra ele; vejo através dele - através e além dele. Vejo o que realmente é: Deus. Vejo que aquilo que aparenta ser, não é senão uma imagem no pensamento feita do material de sonho do mundo".

Este é o segredo de todos os segredos; este é o segredo do viver espiritual; este segredo não é encontrado na literatura de este mundo. Quando você lê a mais inspiradora literatura, ainda que você a encontre inspiradora, usualmente terá os mesmos problemas a enfrentar no dia de amanhã. A literatura inspiradora do mundo, em si e por si, não é nada. Ela pode elevar-nos e fazer-nos mais receptivos ao Espírito, mas ela não nos dá a verdade necessária ao nosso desenvolvimento. E esta verdade é a de que as discórdias, limitações e desarmonias deste mundo, provêm do tecido da ilusão --"este mundo" -- o nada. Com este reconhecimento, você terá o segredo da superação -- a superação "deste mundo".


8 comentários:

Anônimo disse...

Gugu,
Aviso: este é um comentário subjetivo (a forma como me enxergo), e pode não ter "direta" relação com o post. Apenas senti vontade de desabafar emoções reprimidas.

O comentário é uma dúvida. Eterna dúvida que consome minha alma e meu viver.

A questão:

quando uma pessoa diz a outra que a ama, há como saber se ela está se referindo ao "estado mesmérico" (estou usando a palavra que Joel usa, mas vc sabe o que é) da pessoa ou ao "estado verdadeiro" da pessoa??

A pessoa como um "ente mesmérico" não deve ser amado ou odiado, como diz o texto, pois isso é estar preso à ilusão "deste mundo".

Já a pessoa, como seidade verdadeira, como essência de Deus, deve ser amada da mesma forma como Deus deve ser amado.

Sabe? Juntando um texto com o outro, o do Osho e o do Goldsmith, percebemos que isso se torna um problema para pessoas realmente desconfiadas. Elas nunca saberão se o "agir" da pessoa é um "agir" verdadeiro ou um "agir" mesmérico. O fato é: mesmo verdadeiro, o amor se manifesta em atos concretos. Quem só vê a superficialidade das coisas saberia distinguir quais desses atos foi verdadeiramente praticado com amor? E mesmo sabendo, cabe-nos julgar qual dos atos deve ser recebido com especial apreço?

Segunda questão:

Mesmo os atos apenas concretamente praticados, feitos sem amor, não são dignos de gratidão por parte do "receptor"?? Se por um lado, não houve amor ao "dar", o que impede de haver o amor ao "receber"?? Devemos "receber" com amor aquilo que nos foi dado sem amor?? Se a resposta é sim, então porque as pessoas desconfiam das intenções alheias? Receber é muito mais fácil que doar, pois poderá ser feito sempre com amor. Nesse sentido, qual o fundamento da ingratidão?? Não receber algo que não foi dado com amor é enxergar a mesmeridade do ato em si e coadunar com a ilusão deste mundo. Um iluminado não deveria receber com amor e gratidão tudo quanto lhe oferecerem sem se preocupar se aquilo lhe foi dado com amor ou sem amor?

Nesse sentido, não deveríamos ser todos sempre gratos a tudo, independente da "origem"? O único julgamento de atos que o ser humano deve fazer são os dos próprios atos, aqueles que ele próprio pratica, e não os que os outros praticam. Pois os que ele próprio pratica são doação de seu ser. Convém-lhe vigiar e saber se seus atos são manifestação de amor verdadeiro ou não. No entanto, não lhe convém julgar os atos alheios, posto que não somos doadores de atos alheios. Somos apenas receptores de atos alheios. Receber não exige julgamento ou vigília. Exige tão somente confiança e gratidão. E nessas duas coisas o Amor brilha mais forte e intenso do que em qualquer repúdio justificado por facticidades "deste mundo".

Terceira questão:

Gratidão é retribuição de um ato ou é manifestação de amor de um ato recebido, mesmo que este tenha sido paticado sem amor?? Essa questão é fundamental, se temos em nossa cabeça que o amor não exige nem precisa de recompensa/retribuição. Quando se doa algo com amor, se doa perfeitamente, completamente, sem ressalvas ou condições. Sem expectativas de recompensas ou retribuições. No entanto, é errado esperar gratidão? Gratidão é retribuição? Quando se espera por gratidão, não se está esperando apenas que o amor seja correspondido na mesma intensidade? Se sim, porque temos medo de desejar gratidão? O desejo pela gratidão viola o amor incondicional? Deus também não gosta que sejamos gratos a Ele? Se sim, Deus ama incondicionalmente. Se não, então gratidão é retribuição. Se sim, gratidão é manifestação natural do amor. Afinal, gratidão é apenas o reconhecimento de que um ato de amor muito grande surgiu, seja ele no ato de dar ou no de receber, ou no de ambos. Mas será mesmo?

quarta questão:

Se a gratidão é boa, apesar de todos os argumentos que "parecem" ir contra, como manifestar a gratidão?

Sem mais questões... Sei que esse comentário pode ter pouca relação com o que os posts dizem "diretamente". Mas "indiretamente", pela leitura dos posts, a reflexão natural que surgiu em mim foi essa. Se isso aconteceu, é porque é isso que precisa ser trabalhado em mim. Se o texto fala de cura espiritual, então acredito que minha cura espiritual dependa do completo entendimento e prática dessas questões que não saem do meu coração.

A minha doença ou cura espiritual sempre passam pelo clive dessas questões. Por amar tanto as pessoas, sem saber a forma correta de se fazer isso.

Tentei meditar sobre isso... Tentei me curar sobre isso... Tentei obter alguma iluminação sobre isso, algum "satori", uma compreensão mística. Qualquer coisa. Mas a resposta vem sempre em enigmas cada vez mais complexos. Ilusão e realidade se misturam cada vez mais num grande turbilhão de sentimentos e emoções, catarses e noites mal dormidas. Com o amanhecer, a única grande certeza permanece: "eu amo". O resto já não tem como ser expressado. As aves cantam, mas não sei como expressar minha gratidão por tão formoso milagre. A brisa suave toca meu rosto passando pela sacada de meu quarto, e não sei como agradecer por tamanho vigor. Qualquer tentativa concreta me parece mera vaidade. Mera tentativa de endeusar criaturas e pessoas que estão sempre ao meu redor e fazem o meu dia ser perfeito, dia após dia.

E no fim do dia, quando chega a noite, vem o arrependimento, primeiro por não saber "como" agradecer à altura por tanto amor que recebo das criatura e/ou pessoas (ainda que seus atos não tenham o Amor como intenção original), segundo por ficar sempre entre o "agradecer" e o "não-agradecer", e terceiro por escolher sempre o "agradecer" e, com isso, parecer que faço tudo isso por vaidade.

A cura para isso?? Tem cura? Está em mim? As pessoas e criaturas nunca saberão o quanto as amo, por mais que eu tente demonstrar. Minha doença espiritual é a eterna sina de não saber "como" amar ou como me expressar.

Oh, céus, mais uma questão surgindo: "existe a forma adequada de amar ou de expressar o amor?" Rsss...

Paro por aqui, senão me transformo de místico em filósofo. Como bem lembra Osho, nada é pior do que a pureza do coração corrompida pelos pensamentos vãos e tolos. Abraços!


Mizi

Templo disse...

Mizi,
Você já tem suas respostas, a sua resposta é só uma, e você sabe disso. Você diz que não sabe como agradecer nem como agir, e que essa é a sua "doença espiritual". Mas você não se importa de "ter essa doença". Ao contrário: eu diria que você sacrificaria qualquer outro tipo de "saúde" para poder continuar com essa sua "doença". Você já sabe a resposta para todas as perguntas que você colocou no seu comentário: absolutamente todas. E, quanto àquelas que você não consegue encontrar uma reposta, uma iluminação, um "satori"... você não se importa com elas. Elas são a "doença" que você não se importa em ter.

O que eu percebo é que você fez esse comentário para se expressar e, também, provocar uma reflexão profunda e completa sobre o amor. Por isso, não vou me atrever a tentar responder cada uma de suas perguntas... eu nem sei se conseguiria. Prefiro agradecer pela reflexão que você deixou aqui, são muito valiosas, com certeza. Elas estão em conformidade com tudo o que eu estudo na Seicho-No-Ie, por isso talvez algum dia elas rendam um belíssimo post.

Templo disse...

Quanto à questão que se refere ao "amar um estado mesmérico" ou "amar o estado verdadeiro" de uma pessoa", acho que essa é uma questão muito delicada e sutil. E acredito que a melhor maneira de vir a saber isso é tentando saber a resposta da pergunta "como é o modo que Deus está nos amando, neste exato instante? Neste exato intante, como Ele nos vê?". Deus olha para nós e vê em nós um "estado mesmérico"? Ou Ele nos vê perfeitos? Se Deus nos enxerga perfeitos, será que Ele vê, ao mesmo tempo, algo imperfeito ao nosso lado? Ele nos vê "perfeitos" e inseridos num contexto "imperfeito"? Ou será que tudo o que Deus enxerga é perfeito (até mesmo o contexto imperfeito em que estamos inseridos)? A imperfeição existe para Deus? Então... como será que age o Amor de Deus? Como é a atitude/disposição que o Amor de Deus assume quando age?
Se soubermos, exatamente, como Deus nos ama, poderemos perseguir esse Amor, nos esforçando para sê-lo e expressá-lo. Apesar do Joel ter dito que "não amaremos as pessoas deste mundo, mas amaremos aquilo que constitui as pessoas: Deus, o Espírito, o Cristo", e isso ter soado como se ele estivesse limitando ou fazendo ressalvas ao amor, acredito estar ele certo. Porque eu estou sempre me perguntando: "Como Deus está me amando, me vendo, me percebendo, neste exato instante?". Eu preciso descobrir como sou para Deus, e não como sou para o mundo. Se eu amar de acordo com os conceito de amor que o mundo tem, então eu estarei amando indevidamente. Para eu amar ao próximo devidamente, eu preciso amá-lo da mesma forma como Deus me ama e o ama, da forma como Deus me vê e o vê, do modo como Deus me percebe e o percebe. Deus me vê como o Cristo, ou me vê como um ser humano pequeno, frágil, mortal? Deus me vê perfeito ou imperfeito? Se eu estivesse doente, Deus estaria vendo essa doença em mim? Deus conhece alguma doença, escassez ou imperfeição em Seu universo?

É isso... Por isso concordo com a visão que Goldsmith apresenta.

Apenas repetindo o que Goldsmith disse: "Amar o nosso próximo como a nós mesmos, significa realmente reconhecer que Deus é o verdadeiro ser de tudo que é manifesto, não importando a aparência mesmérica que está nos confrontando."

Abraços.

Anônimo disse...

Nossa Mizi, suas questões realmente pedem uma boa reflexão.
Não sei se compreendi muito bem suas perguntas, e tb não é minha intençao tentar respondê-las, mas me veio à mente a diferença entre o Amor incondicional, (este sim o Verdadeiro), com o amor ilusório, que exige retribuição, mesmo que em nível inconsciente.

O que complica a situação, além da subjetividade que o amor reflete, é seus níveis de intensidade e motivações. Estamos falando de emoções que não podem ser expressadas em palavras, mas apenas sentidas individualmente. Quem aqui sabe o que se passa na mente e no coração de cada um?

Já a gratidão, a meu ver, é um sentimento de bem estar, consequente de uma percepção individual, não exigindo necessariamente uma interação recíproca com a pessoa, objeto ou situação.

Portanto, na minha opinião ela não seria uma vaidade do ego, desde que não se torne um objetivo a ser alcançado indiscriminadamente.

O sentimento de gratidão é automático, é uma reação à algo que nos beneficiou, mas assim como qualquer tipo de sensação prazerosa, ela pode se tornar um desejo e enganar a pessoa sutilmente a fazer o bem, desejando uma "recompensa", uma gratidão, um reconhecimento, sendo que na verdade, devemos fazer o bem sem seperar nada em troca, mas sim tendo confiança de que, independentemente do resultado, devemos agir e pensar em comunhão com o bem comum.

Acredito eu que, qdo dizemos amar alguém declaradamente, estamos projetando o amor que queremos receber do outro para tb nos satisfazer. Seja um amor declarado à Deus, aos amigos e entes queridos. Dificilmente encontramos declarações de amor à um estranho, à um indivíduo que nos prejudicou ou criou uma situação desagradável, mas na minha visão, o Verdadeiro Amor, aquele que transcende a ilusão, é justamente esse que não enxerga a dualidade, ele ama a tudo e a todos naturalmente. Ele está em comunhão com o Todo, e para alcançarmos esse estágio, acredito que seja necessário sofrermos uma privação, uma perda conflitante que dê um chacoalhão em nossos paradigmas e condicionamentos,´para obter um conhecimento na prática e não apenas intelectualmente.(Não me refiro aos que já nasceram iluminados...rs)

Li em algum lugar, que as criaturas foram criadas por Deus para serem amadas, mas a partir do momento em que ela adquiriu sua individualidade, esse amor tb se tornou individual e condicionado. E é para isso que estamos retornando, ao Amor Universal e incondicional.

Beijos, filho! Bjs Gugu, Daniel,....


Fiat Lux

Anônimo disse...

Há questões mais profundas que essas a assolarem minha alma. Mas poder ter desabafado essas que coloquei atrás já foi um tremendo alívio. No fundo, é como o Gugu disse. Talvez eu já soubesse as respostas... Mas para mim, saber ou não as respostas tornou-se insuficiente. Eu só estava buscando um alento para a vida, um conforto, uma forma de viver condizente com meus anseios. E não simplesmente respostas... Talvez por isso seja um pouco complicado.
É como se eu fosse uma panela de pressão muito quente e soltando vapores por todos os lados. A panela sabe tudo o que lhe ocorre, a temperatura, a pressão, toda essa enegia a ponto de explodir. Mas só saber isso não adianta. Ela explodiria de qualquer jeito se não souber viver de acordo com sua condição ou estado de consciência. Mas vocês estão certíssimos, tanto Gugu quanto Fiat. Em todas as explanações. E eu só tenho a agradecer pela atenção e pelo carinho que demonstraram ao se importar comigo. Gosto tanto de vocês. Vocês fazem minha vida ser completa. Cada pessoa que entra na minha vida, faz parte de mim de tal modo que já não posso viver sem. Todos vocês "me formam" e "me completam". E eu sou muito grato... talvez eu não consiga dizer isso da forma correta, nem saiba dizer isso nas horas convenientes... Mas gostaria que soubessem disso apenas.

E poder compartilhar isso com vocês já foi um grande alívio naquela pressão estonteante na tampinha da panela... Rsss... Eu nem queria entrar em questões sobre o que vem a ser "perfeito" ou "imperfeito", ou sobre o modo como Deus nos vê. Na verdade, eu buscava algo mais simples do que isso, no entanto mais profundo... algo que sequer tem como questionar, pois a questão já é a própria pergunta.

Mas vocês foram muito além do que eu imaginei, superaram minhas expectativas... E eu só tenho a agradecer mesmo e dizer que os amo muito. De uma forma simples, mas muito profunda e muito sincera. E me desculpem por todas as vezes em que eu não pude corresponder às suas amizades e amor (pois eu quero sempre poder corresponder da forma como vocês merecem, da forma como Deus acha que vocês merecem).

Abraços e fiquem com Deus! Doumo arigatou! ^-^

Anônimo disse...

belíssimo texto, mas a alavanca ou ponto de partida para atingirmos tão compreensão, sempre estará amparada no ego ou finitude humana, não tem como escapar? Qual o sentido de ser homem carnal e vivenciar essa experiência terrena?
Por que o sonho é tão profundo, com matizes de pesadelo?

Anônimo disse...

neste mundo tudo é uma troca, até com os melhores sentimentos e intenções, e, acredito que até no mundo extra ilusão. Penso que no final, o dito "bem" é para ser simplesmente feito ou recebido, sentir gratidão ou não, é um complemento egoíco. Tudo no universo é uma troca, tudo. A tal gratidão é invenção humana. O que de fato existe e persiste são atos ditos éticos ou não.

Templo disse...

Olá,

O homem não escapa da sua sina de ter que viver como ser humano. Ele não tem como atingir tal compreensão, porque, como você bem mencionou, ele está sempre amparado no ego e na finitude humana. Se alguma vez o homem puder alcançar essa compreensão, não será ele que a terá atingido, mas sim recebido. A revelação vem de cima, do Alto. Ela é concedida pela Graça. O homem apenas a recebe. E quando a recebe, passa a ver tudo com novos/outros olhos, a parti d outro ponto de vista.

Também concordo, tudo no mundo é uma troca. Mas alguma vez você já sentiu e fez algo por alguém por puro carinho ou vontade pessoal? Sem ter o intuito de realizá-lo por mera ética? Acredito que isso seja possível... só por aí vemos que não existe invenção em coisas como "alegria", "gratidão" e "carinho". Uma pessoa que age e realiza tudo convencionalmete , por ética, é uma pessoa apática, fria, desmotivada e sem calor humano. Toda humanidade é um grande e vasto corpo. E as pessoas são "membros" uns dos outros. A troca existe no mundo para que o "calor" que está fluindo em um membro passe a circular também pelos outros. O normal é que isso seja feito com respeito, reverência, gratidão e amor.

Grande Abraço.