"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

segunda-feira, agosto 22, 2011

Como o mal passou a existir


Allen White

"SE DEUS É TUDO QUE EXISTE, E É TUDO QUANTO A ALGO OU ALGUÉM, COMO ENTROU O MAL EM CENA?"

Caso esta dúvida lhe seja frequente, faça a si mesmo esta mesma pergunta agora, porém omitindo a palavra “como”: “Se Deus é tudo que existe, e é tudo quanto a algo ou alguém, ENTROU o mal em cena?” A Bíblia, naturalmente, procura elucidar esta questão na abertura do Gênesis.

Buscar e buscar a resposta para esta pergunta requer do buscador que ele, primeiro, acredite que realmente o mal esteja aqui. Ele não conseguirá conciliar a aparência do mal com sua crença de que DEUS É TUDO, porque ele não acredita que DEUS É TUDO. É impossível agir contrário à crença de alguém. É possível, entretanto, agir contrário ao que você gostaria de acreditar que fosse verdadeiro.

Para ter a questão respondida com algum grau de satisfação, eu lhe rogo que pergunte ao seu Eu: “Deus é tudo?” e “Existe o mal?”. É de capital importância que você retenha estas perguntas até serem elas reveladas dentro e como a sua própria Consciência. E lhe peço que abandone a ideia de que algo será revelado “a” você. Esta ideia somente serviria para atrasar a experiência da revelação. A revelação é sua própria Consciência. E mais: ela é a sua própria experiência.


3 comentários:

Asfora disse...

Admitia-se lá pelas épocas de Santo Agostinho e São Thomás de Aquino que o mal não existia na sua escência, mas que era apenas a ausência do bem.

Assim como tudo na vida, o bem também não existe por si só, ele existe porque tem algo oposto no qual ele pode se espelhar, já que toda realidade humana é relativa à algo.
Se não houvesse o mal, também não haveria o bem, assim como não existiria o bonito sem que houvesse um feio.

O mal existe, e está entre nós, se Deus é tudo e criou o mal, acredito que foi devido ao livre arbítrio. Se houvesse apenas o bem, o homem não teria necessidade de escolhas, pois todas seriam certas, então nao haveria como o homem provar seu amor e sua temência a Deus.

Apesar de não acreditar em nada disso.

Templo disse...

Asfora,

Não sei como era a maneira de admitir a inexistência do mal que santos como St. Agostinho e S. Tomás de Aquino concebiam. Se eles levavam em conta a existência de mundo material, desta vida terrena que vivemos. Nada disso existe. Falar que o mal não é existência verdadeira só faz sentido quando partimos da base de que matéria não existe, fenômeno não existe. Admita a existência deste mundo, então o ensinamento contido neste post não fará sentido algum - você não poderá chegar a lugar algum, não terá nada a fazer com ele, mesmo que queira.

O problema geral, que acontece com a maioria (inclusive este que vos fala) é que as pessoas tentam entender a verdade de que "doença não existe" e "o mal não existe", mas levando em conta a existência de mundo fenomênico. Acreditam que há vida vivendo na matéria, que existe inteligência no cérebro, na carne e nas demais coisas materiais.

A coisa mais importante, primeiramente, é alcançar a compreensão de que não existe mundo fenomênico, não existe vida material e de que não há nascimento, experiência, nem morte na matéria. Ninguém jamais nasceu, encarnou ou reencarnou e, consequentemente, ninguém jamais morreu. Mas como alcançar essa visão, como despertar para isso? Primeiro, é necessário querer sinceramente, de todo o coração. Isso, por si só, ira atrair coisas e situações e colocá-las no seu caminho. Você se deparará com elas e terá de seguir em frente. Pode ser que apareça um mestre exterior, pode ser que seja um livro, um ensinamento, uma prática meditativa. Pode ser qualquer coisa. Importa é que ela será útil. O que quer que apareça em seu caminho será o "mestre interior" (o veradeiro Eu) aparecendo/se revelando como aquele "mestre exterior", livro, meditação ou ensinamento. Ou então, pode se que você que a revelação lhe venha pela graça, como um presente ou dom do Alto, de modo que você não necessite se esforçar muito. É um caso raro, mas que também sempre aconteceu ao longo da história.

O que quer que lhe venha, acolha e se dedique a isto. Você estará sendo guiado pelo Invisível, e Ele cuidará de, aos poucos (ou de uma única vez), ir revelando-se a você.

Quando começar a compreender que não existe essa coisa chamada "matéria", simultanea e naturalmente começará a dicernir a inexistência do mal. Verá, inclusive, que o mal não é sequer a "ausência de bem", como apregoavam S. Tomás de Aquino e St. Agostinho. O mal simplesmente não entra na história - não há espaço para Ele ocupar - porque Deus não pode jamais estar ausente.

Deus é absoluto, e existe a nível Absoluto. Deus não existe no âmbito relativo da existência. No âmbito relativo, o que existe é a crença do bem e do mal assumida/personificada em várias formas e de muitas e muitas maneiras.

Por isso, o que você escreveu faz todo sentido - no âmbito do mundo relativo (material/fenomênico/ilusório). Aqui o bem só pode existir em contraposição ao mal; o mal é necessário.

Mas tente captar o espírito do texto e caminhar rumo a ele. O texto não está falando de existência humana. O paradoxo é que, quando dessa forma desprezamos a existência humana - ou seja, quando desprezamos toda a crença do bem e do mal -, o mundo humano adquire claridade e reflete a Verdade. Mas não porque estávamos buscando mudanças no mundo material (isso nem estava nas nossas intenções). Mas surgiu como reflexo, como "coisas acrescentadas por acréscimo". Não há maneira de curar espiritualmente, senão essa, de compreender o Invisível, desprezar todas as aparências, e ficar na percepção do âmbito puro do Ser que é Espírito isento de impurezas.

A Bíblia diz, em Habacuque: "Tu és tão puro de olhos, que o mal não podes contemplar".

A realização profunda disso nos desperta do sonho de existência de vida terrena, para a nossa vida real que é "em Deus vivemos, existimos e temos o nosso ser".

Grande Abraço!

Anônimo disse...

este site me revigora a alma. Cada texto é um presente. Muito Obrigado!