"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

sábado, outubro 10, 2015

Tozan e os dois quilos de linho (Osho) - 2/2

- Osho -
Continuação... (veja a primeira parte, clicando aqui)


O mestre Tozan estava pesando linho no armazém.
Um monge aproximou-se dele e perguntou: "O que é Buda?"
Tozan disse: "Este linho pesa dois quilos".


Muitas coisas estão implícitas nesta história: primeiro, um mestre zen não é um recluso, ele não renunciou à vida; sim, ao contrário, ele renunciou à mente e entrou na vida.

Existem dois tipos de sannyasins (renunciantes, buscadores da verdade) no mundo: um tipo renuncia à vida e entra na mente completamente. São pessoas contrárias à vida, que fogem do mundo e vão para o Himalaia, para o Tibete. Elas renunciam à vida para serem completamente absorvidos pela mente; são a maioria, porque renunciar à vida é fácil, renunciar à mente é difícil.

Qual é a dificuldade? Se você quiser fugir daqui, pode fugir! Você pode deixar a esposa, os filhos, a casa, o trabalho, e ir para o Himalaia. Isso irá aliviá-lo porque você deixou para trás todo o fardo, pessoas e atividades que demandavam o gasto de suas energias. E o que você vai fazer no Himalaia? A energia toda vai se tornar mente: você vai repetir Ram, Ram, Ram, você vai ler os Upanishads e os Vedas, e você vai pensar em verdades profundas. Você vai pensar de onde veio o mundo, para onde o mundo vai, quem criou o mundo, por que ele criou o mundo, o que é bom e o que é mau. Você vai contemplar e pensar grandes coisas! A energia de toda a sua vida que estava envolvida em outras coisas será liberada delas, e agora será absorvida na mente. Você vai se tornar uma mente.

E as pessoas vão respeitá-lo porque você renunciou à vida. Você é um grande homem! Os tolos irão reconhecê-lo como um grande homem: os tolos podem reconhecê-lo somente se você for o maior deles e eles vão lhe prestar respeitos.

Mas o que aconteceu? Você renunciou à vida apenas para ser a mente. Você renunciou o corpo inteiro só para ser a cabeça – e a cabeça era o problema! Você salvou a doença, e renunciou a tudo. Agora a mente vai se tornar um tumor canceroso. Ela vai fazer um japa, mantra, austeridades... vai fazer tudo, e então a coisa toda vai se tornar um ritual. É por isso que as pessoas religiosas fazem rituais: ritual significa um fenômeno repetitivo. Porque a mente gosta de repetição, a mente cria um ritual.

Em sua vida cotidiana, também, a mente cria um ritual. Você ama, você se encontra com amigos, você vai a festas, tudo é um ritual, tem que ser feito repetido. Você tem um programa para todos os sete dias, e o programa é fixo... isso tem sido assim desde sempre. Você se tornou um robô, não vivo. A mente é um robô. Se você der muita atenção à mente ela vai absorver toda a sua energia.

Mas um mestre zen pertence à outra categoria de sannyasin. Eles renunciam à mente e vivem a vida; eles não renunciam à vida e vivem a mente – é justamente o contrário. Eles simplesmente renunciam à mente porque ela é repetitiva – e vivem a vida. Eles podem estar vivendo a vida de um chefe de família, pois podem ter uma esposa, podem ter filhos, vão trabalhar na fazenda, vão cuidar do jardim, vão cavar buracos, vão pesar linho no armazém...

Um hindu não pode entender por que um homem iluminado deve pesar o linho – por que? por que uma atividade tão comum? Mas um mestre zen renuncia à mente, vive a vida em sua totalidade. Ele abandona a mente e se torna simples existência.

Então, a primeira coisa a lembrar: se você renuncia à mente e vive a vida, você é um verdadeiro buscador da verdade; mas se você renuncia à vida e vive a mente, você é um falso buscador.

O caminho verdadeiro envolve paradoxos, e esta é a segunda coisa para lembrar: verdade, amor, vida, meditação, êxtase, felicidade, tudo o que é verdadeiro, belo e bom, sempre existe como um paradoxo: estar no mundo e não ser do mundo; estar com as pessoas e, ainda assim, sozinho; movendo-se e não se movendo; vivendo uma vida normal, e no entanto não se identificar com ela; trabalhar como todo mundo está trabalhando, mas permanecendo distante lá no fundo. Estar no mundo e não ser do mundo – eis o paradoxo. E quando você atinge esse paradoxo, o maior pico acontece a você: você experiencia a mais elevada realidade.

Os mestres zen vivem uma vida muito comum – muito etérea, espiritual, mas no mundo. Eles são pessoas mais belas do que qualquer outras. Nada como o Zen existe sobre a Terra, porque eles atingiram o mais elevado paradoxo.

"O mestre Tozan estava pesando linho no armazém."

Uma pessoa iluminada, um buda, pesando linho? Você teria simplesmente virado as costas. Por que fazer uma pergunta a esse homem? Se ele soubesse alguma coisa não estaria pesando linho. Porque você tem o conceito de um santo, um sábio, como algo extraordinário, muito além de você, em algum lugar no céu, sentado num trono de ouro, sem que você possa alcançá-lo. Ele é muito diferente: de tudo o que você pensa, ele é exatamente o oposto.

Um mestre zen não é de forma alguma extraordinário – e ainda assim ele é extraordinário. Ele vive uma vida muito comum assim como você, e ainda assim ele não é você. Ele não está em algum lugar no céu, ele está aqui, mas ainda assim além de você. Pesando linho, mas exatamente como Buda sob a árvore Bodhi. Na Índia, ninguém pode conceber a ideia de Mahavira pesando linho ou Buda pesando linho – impossível! Isso seria quase profano. O que Buda estaria fazendo num armazém? Que diferença haveria entre você e ele? Você também pesa linho, ele também está pesando linho, então qual é a diferença?

A diferença não está fora – e diferenças interiores não produzem nenhuma diferença no que diz respeito ao exterior. Você pode ir e se sentar sobre uma árvore bodhi – nada vai acontecer. E quando o interior muda, para que se preocupar com o exterior? Continue a fazer o que você estava fazendo. Continue a fazer o que se apresenta a você. Continue a fazer o que quer que seja a vontade do todo.

O mestre Tozan estava pesando linho no armazém.
Um monge aproximou-se dele e perguntou: "O que é Buda"...

No Budismo, essa é a maior pergunta a se fazer – assim como "o que é a verdade?" ou "o que é Deus?". Por que no Budismo Deus não é um conceito, Buda é Deus, nenhum outro deus existe. Buda é a mais elevada realidade, o pico mais alto, nada existe além dele. A verdade, Deus, o absoluto, brahman – seja qual for o nome que você dê a ele, Buda é isso.

Assim, quando um monge pergunta: "O que é Buda?", ele está perguntando o que é a verdade? o que é o Tao? O que é brahman? O que é esse um entre muitos? Qual é a realidade básica? Qual é o núcleo central da existência? Ele está perguntando tudo isso.

Tozan disse: "Este linho pesa dois quilos."

Absurdo. Irrelevante. Parece ser completamente inútil porque o homem estava perguntando: "O que é Buda?". E esse Tozan parece louco. Ele não está falando sobre Buda absolutamente, ele não respondeu à pergunta absolutamente – e no entanto respondeu. Esse é o paradoxo. Se você começar a viver esse paradoxo, a sua vida se tornará uma sinfonia, ela irá se tornar uma síntese cada vez maior de todos os opostos. Em você, então, todos os opostos se dissipam.

Tozan disse: "Este linho pesa dois quilos."

Uma coisa ele disse: que esta vida muito comum é Buda, essa vida muito comum é a verdade, essa vida muito comum é brahman, o reino de Deus. Não há outra vida senão essa; não existe aquilo, apenas isto. Os hindus dizem: "aquilo existe, isto é ilusão". Tozan disse: "Isto é verdade, aquilo é ilusão. Este momento é a verdade, e não peça por nada extraordinário."

Os buscadores sempre pedem algo extraordinário, porque o ego só se sente realizado quando algo extraordinário é dado. Você procurou um mestre e fez perguntas, e se ele diz essas coisas você vai pensar que ele é louco, ou está brincando, ou não é um homem digno de responder às suas perguntas. Você simplesmente vai fugir. Por que? Porque ele despedaça o seu ego completamente. Você estava perguntando sobre Buda, você estava desejando Buda, você gostaria de ser o próprio Buda – daí a pergunta. E esse homem diz: "Que absurdo você está perguntando! Nem vale a pena responder! Este linho pesa dois quilos. Isso é mais importante do que qualquer buda. Este momento, este linho é toda a existência. Nesses dois quilos de linho está centrado todo o ser do mundo – aqui e agora. Não se desvie, não faça perguntas filosóficas. Olhe para este momento."

Tozan fez uma coisa maravilhosa. Tozan é um Buda. Tozan pesando o linho é Buda pesando o linho – e a realidade é uma só! Tozan é Buda, e o linho também é Buda, e naquele momento ele pesava dois quilos. Essa era a verdade, a facticidade do momento. Mas se você está cheio de filosofia, vai achar que esse homem é louco, e você irá embora.

Isso aconteceu com Arthur Koestler, um dos intelectos mais sagazes do Ocidente. Ele se perdeu completamente. Quando ele foi para o Japão estudar o Zen, ele pensou: essas pessoas são simplesmente loucas – ou então estão brincando, não levam nada a sério. Ele escreveu um livro, Contra o Zen. O Zen parece absurdo. Se você não sabe a linguagem do Zen, ele é absurdo; se você se identificou demais com o pensamento lógico, ele é absurdo. É ilógico – que coisa mais ilógica você poderia encontrar em alguém perguntando "O que é Buda", e a pessoa respondendo que: "Este linho pesa dois quilos"?

Você pergunta sobre o céu e eu respondo sobre a terra, você pergunta sobre Deus e eu falo sobre uma rocha – não acontece um encontro. E ainda assim há um encontro – mas muitos olhos perspicazes são necessários, não intelectualmente astuciosos, mas sentindo-se totalmente perceptivos; não identificados com o raciocínio, mas esperando olhar, observar, testemunhar o que está acontecendo. Não aja com preconceito, mas fique com os olhos abertos. Koestler é preconceituoso... um intelecto muito sagaz pode resolver as coisas de forma muito lógica na tradição de Aristóteles, mas não sabe de nada, não sabe que existe o mundo absolutamente não aristotélico do Zen, onde dois mais dois não são necessariamente quatro; às vezes eles são cinco, às vezes eles são três – tudo é possível. Nenhuma possibilidade é descartada, todas as possibilidades permanecem em aberto, infinitamente abertas. e cada vez que dois e dois se encontram, algo mais acontece. O mundo continua aberto, desconhecido; não se pode esgotá-lo.

Veja: superficialmente esse homem é louco, mas lá no fundo não dá pra encontrar um homem mais saudável do que esse Tozan. Mas Koestler não vai perceber, e Koestler é um intelecto agudo, muito lógico; apenas algumas pessoas podem competir com ele em inteligência, mas ele não percebe. Neste mundo, a inteligência é um meio; naquele mundo a inteligência torna-se uma barreira. Não seja muito sábio, caso contrário você vai perder a sabedoria real. Olhe para este Tozan sem nenhum preconceito, sem nenhuma mente própria. Simplesmente olhe o fenômeno. O que está acontecendo?

Um monge discípulo pergunta: "O que é Buda?". E um mestre zen vive no momento. Ele está sempre aqui e agora, ele está sempre em casa; sempre que você vier vai encontrá-lo presente, ele nunca está ausente. Ele permanece neste momento. As árvores, o céu, o Sol, as pedras, os pássaros, as pessoas – o mundo inteiro está concentrado neste momento. Este momento é vasto. Não é apenas uma marca no seu relógio; o momento é infinito, porque neste momento, tudo existe. Milhões de estrelas, milhões de novas estrelas estão nascendo... muitas estrelas antigas vão morrer, toda essa extensão infinita de tempo e espaço se encontra neste momento. Assim, como indicar este momento? – e Tozan estava pesando linho –, como indicar este momento, trazer o monge para o aqui e agora? Como colocar esse filosófico questionamento de lado? Como chocá-lo e despertá-lo para este momento, e neste momento?

Isso é um choque – porque ele devia estar se questionando sobre Buda em sua mente, pensando: "Qual é a realidade de um buda? O que é a verdade". E ele deve estar esperando alguma resposta muito profunda, algo muito soberbo: "Este mestre é iluminado, então ele deverá dizer algo muito grandioso". Ele nunca esperou que seria uma coisa tão comum, uma pergunta tão comum e absurda. Ele deve ter ficado chocado.

Nesse choque você pode acordar por um instante, por uma fração de segundo. Quando você está chocado não consegue continuar pensando. Se a resposta não for algo revelante, o pensamento pode continuar, porque é isso que a mente pede: relevância. Se algo relevante for respondido para a pergunta, o pensamento pode continuar; mas se for dito algo que não se esperava, algo que seja absolutamente absurdo, descontínuo, e impactante, a mente não pode continuar. De repente a mente fica chocada, e a continuidade é rompida. Logo ela vai começar de novo, porque a mente vai dizer: "Isso é um absurdo".

Por um instante o monge deve ter ficado chocado, mas apenas por um instante. Se você não consegue encontrar relevância, imediatamente a mente vai dizer: "Isso é um absurdo!". Se você encontra relevância, a continuidade continua. Se há algo de absurdo, por uma fração de segundo existe uma descontinuidade, a mente não é capaz de lidar com o que foi dito. Mas logo se recupera, ela vai dizer que é um absurdo; a continuidade se reinicia.

Mas o choque, e a afirmação da mente de que é um absurdo, não são simultâneos. Há uma lacuna. Nesse intervalo, o satori é possível. Nesse intervalo, você pode ser despertado, você pode ter um vislumbre. Teria sido maravilhoso se a oportunidade tivesse sido aproveitada. Maravilhoso é esse homem Tozan, incomparável. Você não consegue encontrar um homem desses em qualquer outro lugar. E que resposta espontânea! Não é pré-fabricada, não é de modo algum uma resposta pronta; ninguém nunca tinha dito isto, e não há porque dizer isto agora. Ninguém jamais disse: "este linho pesa dois quilos", em resposta a uma pergunta sobre o estado de Buda.

Tozan é espontâneo, ele não está respondendo a partir da memória; pelo contrário, ele conhece as escrituras, ele era um grande estudioso antes de se iluminar... Ele sabe de cor todas as palavras de Buda, discutiu sobre a filosofia por muitos anos, ele sabe o que o monge está pedindo, ele sabe o que ele está esperando, mas ele é simplesmente espontâneo, pesando o linho.

Basta tentar imaginar e ver Tozan pesando o linho. Nesse momento o que pode ser mais espontâneo do que indicar a realidade do momento, a facticidade da existência? Ele simplesmente disse: "Este linho pesa dois quilos", e pronto!

Ele não diz nada sobre Buda, não há necessidade. Esse é o estado de Buda. Esse ser espontâneo é o estado de Buda. Esse ser verdadeiro com o momento é a condição de Buda.

O que ele diz é apenas uma parte; o que ele deixa de dizer é o todo. Se você despertar nesse momento você vai ver Buda pesando o linho – e o linho pesa dois quilos. O que ele está indicando? Ele não está dizendo muito, mas ele está indicando muito, e por não dizer muito ele está criando uma possibilidade: você pode, por um único instante, ficar consciente de toda a existência que está lá concentrada neste Tozan.

Sempre que um buda acontece no mundo, toda a existência encontra um centro ali. Então todos os rios caem nele, todas as montanhas se curvam para ele, e todas as estrelas se movem em torno dele. Onde quer que haja um homem iluminado, toda a existência converge para o seu ser. Ele se torna o centro.

Tozan pesando o linho nesse momento era o Buda: toda a existência convergindo, fluindo para Tozan, e Tozan pesando o linho – e o linho pesando dois quilos. Esse momento é tão real: se você acordar, se você abrir os olhos, o satori é possível. Tozan é espontâneo, ele não tem respostas prontas, ele responde ao momento.

Um homem iluminado vive no momento: se você pergunta, ele responde – mas ele não tem respostas fixas. Ele é a resposta. Então, qualquer coisa que aconteça naquele momento, simplesmente acontece; ele não manipula isso, ele não pensa sobre isso, sobre o que você está perguntando. Você simplesmente pergunta, e todo o ser dele responde. Naquele momento aconteceu de Tozan estar pesando o linho, e naquele momento aconteceu de o linho pesar dois quilos; e quando o monge perguntou "O que é Buda?", no ser de Tozan dois quilos de linho era a realidade. Ele estava pesando; no ser de Tozan dois quilos eram o fato. Ele simplesmente disse: dois quilos de linho.

Parece absurdo na superfície. Se você vai cada vez mais fundo, você descobre uma relevância que não é uma relevância lógica, e você encontra uma coerência que não é uma coerência da mente, mas do ser. Entenda, tente entender a diferença. Se na próxima vez que você procurar Tozan, ele estiver cavando um buraco no jardim, e você perguntar "O que é Buda?", ele vai lhe dar a resposta. Ele vai dizer: "Olhe para este buraco", ele vai dizer: "Ele está pronto, agora a árvore pode ser plantada". Da próxima vez, se você voltar, e se ele estiver saindo para um passeio com seu cajado, ele pode dizer: "Este cajado é de se fazer caminhada".

Qualquer coisa que esteja ali no momento será a resposta, porque um buda vive momento a momento – e se você começar viver momento a momento, você se torna um buda. Esta é a resposta: viva momento a momento e você se torna um buda. Buda é aquele que vive momento a momento, que não vive no passado, que não vive no futuro, que vive aqui e agora. Buda é uma qualidade de estar presente no aqui e agora – e a condição de buda não é um objetivo, você não precisa esperar, você pode se tornar simplesmente aqui e agora.

Falando, eu sou um buda, porque só o falar está acontecendo. Se só o ouvir estiver acontecendo aí do outro lado, com você, você é um buda ao ouvir. Tente captar um vislumbre do momento, neste momento. Este momento não é Tozan pesando o linho. Neste momento você não perguntou "O que é Buda?".

Neste momento você pode despertar. Você pode olhar, você pode agitar a mente um pouco, criar uma descontinuidade, e de repente você entende... o que Arthur Koestler não entendeu. Se você também é muito inteligente, você não vai entender. Não seja muito inteligente, não tente ser muito inteligente, porque há uma sabedoria que é atingida por aqueles que se tornam tolos; há uma sabedoria que é alcançada por aqueles que se tornam como loucos; há uma sabedoria que só é alcançada quando você se torna inocente.

Tozan é belo. Se você pode ver, e se você pode ver que a resposta não é um absurdo, você já viu, você entendeu. Mas se o entendimento permanece intelectual, não vai ser de muita utilidade. Eu expliquei isso a você, você entendeu, mas se o entendimento permanece intelectual – você entende com a mente –, mais uma vez você não vai entender. Koestler pode ser contra o Zen, e você pode ser a favor dele, mas nenhum de vocês dois vai entender. Não é uma questão de ser a favor ou contra, é uma questão de entendimento não mental. Se ele surge do coração, se você sente isso, não pense; se ele toca todo o seu ser, se ele penetra, e não é apenas uma coisa verbal, e não é apenas filosofia, mas torna-se uma experiência, isso vai transformá-lo.

Eu estou falando sobre essas histórias apenas para chocá-lo e tirá-lo da sua mente, apenas para levar você para um pouco mais perto do seu coração – e se você está pronto, então vá ainda mais a fundo. Quanto mais para baixo você for, mais fundo irá chegar... e, em última instância, a profundidade e a altura são a mesma coisa.

Basta por hoje.


Nenhum comentário: